Na última sexta-feira (18), o grupo terrorista palestino Hamas confirmou a morte de seu líder Yahya Sinwar, após Israel anunciar tê-lo eliminado em um ataque na região de Rafah, ao sul de Gaza. A facção prometeu manter a ofensiva contra o Estado de Israel, reafirmando seu compromisso com a resistência, apoiado também por aliados como o Hezbollah e o Irã. Sinwar, de 62 anos, foi descrito como um dos principais estrategistas do Hamas, sendo o responsável pelo ataque de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra em curso.
“Choramos a morte do grande chefe, o irmão e mártir Yahya Sinwar”, afirmou Jalil al-Hayya, porta-voz do Hamas no Qatar, onde parte da liderança do grupo vive exilada. O Hamas deixou claro que a libertação de reféns israelenses na Faixa de Gaza está condicionada ao fim da guerra, à retirada das tropas israelenses do território e à libertação de prisioneiros palestinos.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, respondeu categoricamente, dizendo que “a guerra ainda não acabou”, o que enfraquece as expectativas da Casa Branca de que a morte de Sinwar poderia abrir caminho para um cessar-fogo. Até o momento, o conflito já resultou na morte de mais de 42 mil palestinos.
Sinwar, que passou 22 anos preso em Israel, era visto como uma figura temida e influente dentro do movimento. Ele assumiu a liderança após a morte de Ismail Haniyeh, morto em um ataque atribuído a Israel em Teerã, em julho de 2023. Sob sua liderança, o Hamas se transformou de uma força organizada em Gaza para uma insurgência fragmentada, ainda perigosa, mas incapaz de realizar operações de grande escala como no início do conflito.
Hezbollah e Irã reafirmam apoio
O Hezbollah, que tem enfrentado uma ofensiva israelense no sul do Líbano desde o final de setembro, também expressou apoio à luta do Hamas. “A morte de Sinwar marca o início de uma nova fase de confronto”, afirmou o grupo, que viu seu líder, Hassan Nasrallah, ser eliminado em ataques aéreos israelenses no mês passado. Apesar de suas perdas, o Hezbollah ainda mantém bolsões de resistência no sul do Líbano, mas observadores sugerem que o grupo está buscando preservar suas forças enquanto negocia um cessar-fogo, apesar da retórica combativa.
O Irã, que tem apoiado o Hamas e o Hezbollah militarmente e financeiramente, reafirmou seu compromisso com a resistência palestina. No entanto, a postura de Teerã se encontra sob pressão após recentes ataques israelenses em retaliação ao disparo de 181 mísseis iranianos. A teocracia iraniana agora enfrenta uma estratégia desarranjada, com a perda de capacidade militar significativa em suas bases regionais, expondo o país a uma possível retaliação direta de Israel.
Impactos diplomáticos
No campo diplomático, as tensões também se intensificaram. O chanceler de Israel, Israel Katz, criticou o secretário-geral da ONU, António Guterres, acusando-o de manter uma agenda anti-Israel. Katz condenou Guterres por não reconhecer o Hamas como uma organização terrorista, mesmo após o massacre de 7 de outubro, e declarou o líder da ONU persona non grata em Israel.
À medida que a guerra continua, o futuro das relações no Oriente Médio permanece incerto. Israel busca continuar sua ofensiva contra o Hamas e seus aliados, enquanto grupos como Hezbollah e Irã tentam reorganizar suas forças em meio a um cenário de incertezas.