O governo federal anunciou nesta quarta-feira (16) que o Brasil não vai retomar o horário de verão em 2024. A decisão foi tomada após uma série de reuniões entre especialistas do setor energético e representantes do Ministério de Minas e Energia, que avaliaram os impactos da medida no cenário atual.
Apesar da recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que defendia o retorno do horário de verão para mitigar os efeitos da crise hídrica no país, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a retomada não é necessária para o próximo ano. Segundo Silveira, o custo-benefício da medida seria mínimo, já que poderia começar apenas em meados de novembro, e garantiu que o governo voltará a discutir o assunto em 2025.
“Nós temos a segurança energética assegurada e o início de um processo de restabelecimento, embora ainda modesto, da nossa condição hídrica. Acreditamos que há condições de reavaliar a volta dessa política no próximo ano”, declarou o ministro.
Divisão de opiniões
O ONS argumenta que o horário de verão ajudaria a reduzir a demanda e o consumo de energia, especialmente em um cenário de escassez de chuvas e baixo nível dos reservatórios. No entanto, a decisão do governo aponta que, no momento, a medida não traria os benefícios esperados.
Essa postura reacendeu o debate sobre os prós e contras do horário de verão. Parte da população acredita que a mudança no horário permite melhor aproveitamento da luz solar para atividades ao ar livre após o expediente de trabalho. Por outro lado, há quem critique o desconforto de acordar uma hora mais cedo e a pouca economia de energia, especialmente com o aumento do uso de aparelhos eletrônicos.
Breve histórico
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, e sua aplicação se tornou definitiva em 1985. A última vez que o país adotou a mudança foi entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, quando o governo de Jair Bolsonaro decidiu encerrar a prática, alegando que a economia gerada já não justificava o adiantamento do relógio.
Com a decisão do governo atual, o Brasil segue sem previsão de retorno do horário de verão até, pelo menos, o próximo ano.