Empresário Associado ao PCC é Morto em Atentado no Aeroporto de Guarulhos

Um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na tarde desta sexta-feira (8), deixou uma pessoa morta e gerou momentos de pânico entre passageiros e funcionários. O alvo do ataque foi o empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, figura conhecida no cenário criminal por seu envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e por estar em processo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Imagens do atentado, amplamente divulgadas nas redes sociais, mostram várias pessoas caídas no chão em meio ao tumulto, enquanto o som dos disparos ecoa pelo terminal. Testemunhas relataram cenas de correria e desespero entre os presentes, que buscavam abrigo após perceberem que tiros estavam sendo disparados no local.

 

 

Histórico de Tentativa de Assassinato

Esta não foi a primeira vez que Gritzbach esteve na mira da facção criminosa que um dia ele próprio integrou. Em dezembro de 2023, enquanto celebrava o Natal com a família na sacada de seu apartamento, localizado em um bairro nobre de São Paulo, Gritzbach foi surpreendido por um disparo que partiu de um prédio próximo. A suspeita de uma tentativa de execução o fez intensificar a segurança e buscar mais proteção junto às autoridades.

O empresário relatou o episódio à polícia, explicando que estava no Jardim Anália Franco, zona leste de São Paulo, quando foi alvo de um disparo de arma de fogo vindo de um edifício ao lado. “Ele disse acreditar que o ataque foi premeditado”, relatou um policial envolvido nas investigações.

Motivações do Crime

Gritzbach havia sido condenado pelo PCC após ser apontado como responsável pela ordem para assassinar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, conhecido como “Sem Sangue”, ambos membros de destaque da facção. O crime ocorreu em dezembro de 2021 e contou com a colaboração do agente penitenciário David Moreira da Silva. A execução foi realizada por Noé Alves Schaum, que também foi assassinado em janeiro do ano passado, possivelmente em retaliação.

Fontes do Ministério Público de São Paulo destacam que a delação de Gritzbach continha informações comprometedores sobre a facção, tornando-o um alvo de alto risco. Ele havia aceitado colaborar com as autoridades após o atentado no Natal, que foi um dos fatores que o levaram a procurar um acordo com a justiça.

Escalada da Violência e Desafios para a Segurança Pública

O ataque no aeroporto expõe, mais uma vez, o alcance da violência de facções criminosas e os desafios enfrentados pelo sistema de segurança pública ao proteger colaboradores da justiça. Especialistas em segurança pública e crime organizado afirmam que o caso de Gritzbach exemplifica a complexidade em se lidar com ex-integrantes de organizações criminosas que passam a colaborar com o sistema judicial.

Esse incidente traz à tona questionamentos sobre a eficácia das medidas de proteção oferecidas a colaboradores e delatores, que muitas vezes são jurados de morte e vivem sob constante risco de represálias violentas.

Repercussão e Investigações

As forças de segurança foram acionadas imediatamente após o tiroteio em Guarulhos, e o local foi isolado para investigação. O corpo de Gritzbach foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, e a Polícia Federal assumiu o caso, que deve ser tratado com prioridade, dado o impacto na segurança pública e a relevância do investigado na luta contra o crime organizado.

 

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