A rica tradição cultural dos carros de bois e seus muladeiros, parte essencial da Romaria do Divino Pai Eterno em Trindade (GO), ganhou destaque em um documentário inédito. Intitulado “Carreiros, candeeiros e seus carros de bois: Os saberes e fazeres em épicas jornadas à romaria do Divino Pai Eterno em Trindade/Goiás”, o longa-metragem explora os detalhes dessa prática centenária, reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Produzido pela Altosplanos Produções Audiovisuais, o projeto foi financiado pela Lei Federal Paulo Gustavo, com apoio da Secretaria de Cultura de Goiás. A obra tem sido apresentada em sessões especiais para carreiros de várias cidades goianas, reforçando a conexão entre o filme e os protagonistas da história.
Uma tradição em detalhes
O documentário se aprofunda nos preparativos, jornadas e rituais dos carreiros, incluindo a manutenção dos carros de bois, a confecção das tradicionais “matulas” e o envolvimento das famílias em cada etapa. As paradas durante o trajeto e a chegada à missa especial no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno também ganham destaque.
“É a primeira vez que essa saga é contada de forma tão completa, revelando as histórias e os esforços que tornam essa tradição tão singular”, explica o cineasta responsável pela obra.
Anos de registros e parcerias
O projeto começou em 2014 com registros audiovisuais que resultaram em dois curtas: “Ainda Existe” (2015) e “A Caminhada da Fé” (2018). Após anos de trabalho, o material culminou no lançamento do documentário no final de 2024.
O filme já percorreu municípios como Posse d’Abadia, Pirenópolis e Goiânia, e novas exibições estão programadas para janeiro, incluindo apresentações em Abadiânia Velha e no entorno de Pirenópolis.
Reconhecimento dos protagonistas
As exibições têm gerado emoção e reconhecimento entre os carreiros, que agora veem suas histórias projetadas nas telas. “O filme já se tornou deles. Eles mesmos estão criando a agenda de novas apresentações, o que demonstra o impacto e a importância dessa produção para a preservação cultural”, afirma o diretor.
O documentário não é apenas uma celebração de uma tradição, mas um registro histórico que valoriza os saberes e fazeres de gerações que mantêm viva a fé e a cultura do povo goiano.