A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (28), a operação “Hidden Circuit”, que investiga uma organização criminosa formada por influenciadores digitais e “coaches” que ensinavam seus seguidores a importar eletrônicos de forma clandestina, burlando o pagamento de impostos.
O esquema envolvia integrantes das cidades de Goiânia e Anápolis, em Goiás, além de Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT). A quadrilha atuava no transporte, armazenamento e comercialização de mercadorias vindas do Paraguai, acumulando milhões de reais em movimentações financeiras ilegais.
Em fases anteriores da operação, a PF já havia apreendido cerca de R$ 10 milhões em produtos contrabandeados. Estima-se que o prejuízo anual aos cofres públicos causado pela sonegação de impostos supere R$ 80 milhões, segundo a Receita Federal.
Estrutura criminosa sofisticada
A organização criminosa contava com divisão de tarefas entre os membros, incluindo o uso de empresas de fachada para movimentar valores milionários. Parte dessas transações era realizada em criptomoedas, como forma de dificultar o rastreamento do dinheiro, configurando lavagem de capitais.
Influenciadores digitais sob suspeita
Entre os alvos da operação estão influenciadores digitais que, em suas redes sociais, promoviam cursos e conteúdos sobre como importar eletrônicos sem o pagamento de tributos. Esses “coaches” ofereciam estratégias para driblar a fiscalização, atraindo seguidores interessados em obter produtos de forma ilegal.
Além de instruírem sobre os métodos ilícitos, os influenciadores exibiam nas redes sociais uma vida de luxo, ostentando carros importados, viagens internacionais e um estilo de vida financiado pelos lucros obtidos no esquema.
Crimes investigados
Os investigados responderão por crimes como descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de dinheiro. A operação “Hidden Circuit” segue em andamento, com novos desdobramentos previstos para os próximos dias.