Na madrugada de sábado (14), um episódio lamentável no Hospital Regional de Samambaia (HRSam), no Distrito Federal, trouxe à tona uma série de negligências e irregularidades envolvendo o médico clínico-geral Izailson Chaves Rocha de França, de 46 anos. O caso chocou pacientes, familiares e autoridades, levantando questionamentos sobre a conduta profissional e a integridade no sistema de saúde público.
De acordo com testemunhas, o médico chegou ao plantão sem jaleco e crachá, visivelmente embriagado, e foi encontrado deitado em sua sala. Uma paciente relatou que Izailson demonstrava dificuldades motoras e comportamentais, além de ter se trancado no banheiro para evitar contato. Durante sua tentativa de fuga do hospital, o médico bateu no carro de uma paciente.
O namorado da paciente, que testemunhou o comportamento do profissional, chamou a Polícia Militar. Segundo ele, Izailson estava “andando em zigue-zague, falando palavras de baixo calão e fazendo gestos obscenos”. Após fugir em alta velocidade, o médico foi interceptado pela polícia a quatro quilômetros do hospital.
Além das acusações de embriaguez ao volante, descobriu-se que Izailson estava com a carteira de habilitação vencida. Ele foi preso, mas pagou uma fiança de R$ 5 mil e responderá em liberdade.
Histórico de irregularidades
O caso não parou por aí. Uma investigação revelou que, mesmo sendo concursado e recebendo um salário líquido de R$ 18 mil, o médico foi beneficiário do programa Bolsa Família até 2021. Entre junho de 2013 e dezembro de 2013, período em que já ocupava seu cargo público, ele recebeu R$ 1.344 do programa federal. Nesse mesmo intervalo, seus ganhos salariais chegaram a R$ 73 mil líquidos.
Posicionamento oficial
Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal lamentou o ocorrido e reafirmou seu compromisso com a qualidade e segurança do atendimento à população. O caso está sendo investigado pela Controladoria Setorial da Saúde e pela Corregedoria, que avaliará a conduta do profissional e tomará as medidas cabíveis.
“O episódio escancara a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso dos servidores públicos, não apenas para garantir o bom funcionamento do sistema de saúde, mas também para assegurar que atitudes como essa não comprometam a vida e o bem-estar da população”, declarou Lucilene Florêncio, secretária de Saúde do DF.
Impacto na população
Para os pacientes e acompanhantes presentes, a situação foi descrita como revoltante e angustiante. “É um absurdo que um médico, responsável por salvar vidas, chegue embriagado e incapaz de exercer suas funções”, desabafou uma testemunha.
Enquanto as investigações prosseguem, a sociedade aguarda respostas sobre a conduta de Izailson e sobre as medidas que serão tomadas para prevenir casos semelhantes. A confiança na saúde pública depende de ações firmes e transparentes das autoridades competentes.