A história ferroviária de Goiás remonta ao início do século XX, quando a chegada dos trilhos transformou a dinâmica econômica e social do estado. Atualmente, a malha ferroviária goiana passa por um processo de revitalização, com investimentos significativos que visam fortalecer a infraestrutura logística regional.
Expansão ferroviária e desenvolvimento regional
A introdução da ferrovia em Goiás teve início em 1912, com a expansão da Estrada de Ferro Goiás (EFG) a partir de Minas Gerais. Em 1935, Anápolis recebeu sua estação ferroviária, tornando-se um importante polo de desenvolvimento. A linha avançou até Goiânia em 1950, após um período de estagnação de 19 anos em Leopoldo de Bulhões. O prolongamento até Campinas ocorreu em 1959, embora o projeto original de alcançar a cidade de Goiás e o Rio Araguaia não tenha sido concluído.
O impacto da ferrovia foi significativo, promovendo o crescimento de municípios como Pires do Rio, cuja estação foi inaugurada em 1922. Antes da chegada dos trilhos, a localidade era um simples pouso de tropeiros. A implantação da ferrovia contribuiu para a fundação e desenvolvimento da cidade.
Desafios e declínio do transporte ferroviário
Apesar do impulso inicial, o transporte ferroviário em Goiás enfrentou desafios nas décadas seguintes. A partir dos anos 1970, políticas de supressão de “trechos antieconômicos” levaram à desativação de linhas e estações. Em Goiânia, os trilhos foram retirados do centro da cidade, e o último trem de passageiros partiu em 25 de junho de 1983.
Revitalização com a Ferrovia Norte-Sul
A retomada do transporte ferroviário em Goiás ganhou novo fôlego com a construção da Ferrovia Norte-Sul. Iniciada em 1987, a obra enfrentou atrasos e denúncias de irregularidades, sendo concluída após quase quatro décadas, com um custo superior a R$ 11 bilhões. A ferrovia conecta os portos de Itaqui (MA) e Santos (SP), atravessando cinco estados, incluindo Goiás.
Em março de 2021, foi inaugurado o trecho de 172 km entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP), operado pela concessionária Rumo. O terminal em São Simão, com capacidade para movimentar mais de 5,5 milhões de toneladas por ano, representa um avanço na logística de escoamento da produção agrícola goiana.
Projetos de preservação e turismo ferroviário
Além da modernização, iniciativas buscam preservar o patrimônio histórico ferroviário de Goiás. O Ministério Público do Estado de Goiás promove o Projeto Estrada de Ferro, que visa restaurar estações e a Ponte Epitácio Pessoa, transformando-as em espaços culturais e turísticos. O projeto abrange municípios como Goiânia, Anápolis, Silvânia, Pires do Rio, entre outros.
A Região Turística da Estrada de Ferro, composta por cidades que margeiam os trilhos, destaca-se pelo potencial turístico associado à história ferroviária. Municípios como Silvânia, Vianópolis e Pires do Rio preservam estações e promovem eventos culturais relacionados ao tema.
Perspectivas futuras
A revitalização da malha ferroviária em Goiás representa um passo importante para a melhoria da infraestrutura logística e o desenvolvimento regional. Com investimentos públicos e privados, espera-se que o transporte ferroviário desempenhe um papel cada vez mais relevante na economia do estado, ao mesmo tempo em que preserva sua rica história ferroviária para as futuras gerações.
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