O comerciante Fernando Pereira, proprietário de uma loja de fogos de artifício em Ceilândia, no Distrito Federal, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (15). Ele confirmou ter vendido os materiais usados por Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que morreu após detonar explosivos na Praça dos Três Poderes na última quarta-feira (13).
Fernando compareceu à sede da PF, em Brasília, no fim da tarde. Após prestar esclarecimentos, ele falou com a imprensa, enfatizando que sua loja opera dentro da legalidade.
“A venda foi legal. Nossa loja é regularizada, com toda a documentação em dia. O produto é vendido dentro dos padrões estabelecidos pelo Governo do Distrito Federal. Não temos nada a temer”, declarou o comerciante.
Segundo Fernando, Francisco não apresentou nenhum comportamento suspeito ao realizar uma compra. Ele também destacou que tomou uma iniciativa de procurar as autoridades para informar sobre a venda e colaborar com as investigações.
Detalhes da compra
As aquisições dos artistas ocorreram nos dias 5 e 6 de novembro, totalizando R$ 1,5 mil, com pagamento efetuado via cartão de débito. As transações foram registradas por câmeras de segurança da loja. As imagens, já comprovadas pela Polícia Civil do Distrito Federal, foram encaminhadas à PF, que conduzem as investigações por meio da Divisão Antiterrorismo.
Conforme apurado, a primeira compra, no valor de R$ 295, ocorreu no dia 5, e a segunda, no valor de R$ 1.250, foi realizada no dia seguinte. Entre os produtos adquiridos, destaca-se o tubo de PVC, usado na modificação caseira dos fogos de artifício para aumentar a potência das explosões.
Análise de celular segue em andamento
Além da investigação sobre a origem e a modificação dos materiais, a Polícia Federal continua examinando o celular de Francisco Wanderley Luiz. O aparelho foi descoberto na quinta-feira (14) em um trailer pertencente ao suspeito, localizado próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Câmara dos Deputados.
Os dados são extraídos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF para identificar possíveis contatos, mensagens e planos relacionados ao ataque.
As investigações para esclarecer as explicações do caso e possíveis motivações do homem-bomba.