Nesta sexta-feira (1º), o desaparecimento de Pedro Lucas Santos, um garoto de 9 anos, completa um ano. Sem desfecho ou qualquer informação concreta sobre o paradeiro de seu corpo, a família e a sociedade aguardam por respostas e justiça em Rio Verde, cidade localizada na região sudoeste de Goiás.
Pedro Lucas foi visto pela última vez enquanto levava o irmão mais novo para a escola. Desde então, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) tem se debruçado sobre o caso, e as investigações sugerem que o garoto teria sido assassinado de forma brutal. O principal suspeito do crime é o padrasto de Pedro, o pedreiro José Domingos Silva dos Santos, de 22 anos, que chegou a ser preso e indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas foi solto após o prazo de sua prisão temporária expirar.
Evidências e Contradições
O caso conta com um histórico perturbador. Segundo o delegado responsável, Adelson Candeo, houve uma demora de quatro dias para que a família denunciasse o desaparecimento de Pedro Lucas. A denúncia veio de parentes que visitaram a casa e notaram a ausência do menino. Em depoimento, a mãe afirmou que, no dia do desaparecimento, Pedro havia dito que iria à casa da avó materna. No entanto, quando ela e o padrasto foram buscá-lo, encontraram a casa fechada e presumiram que o garoto havia ido para a roça com a avó. Foi apenas dias depois que descobriram que ele não estava com ela.
Para a polícia, essa narrativa soa como uma “história fantasiosa”, fabricada pela mãe e pelo padrasto para encobrir o que, segundo as autoridades, pode ter sido um assassinato premeditado. A tese é reforçada pelo depoimento de uma amiga de Pedro, que descreveu o padrasto como alguém que não gostava do menino. “O padrasto odiava ele. O Pedro ficava chorando lá no canto do quarto e dizia que o padrasto era chato, feio, e que nunca queria tê-lo em sua vida,” revelou a menina à polícia.
Além disso, a perícia realizada em dezembro de 2023 encontrou sangue no tanque da casa da família e próximo ao berço da irmã de Pedro. Esse achado levantou ainda mais suspeitas sobre o padrasto.
Mudança de Comportamento do Padrasto
Um dos elementos mais significativos que chamou a atenção das autoridades foi a mudança de comportamento de José Domingos no dia do desaparecimento. O padrasto nunca tinha ido buscar o irmão mais novo de Pedro na escola — uma tarefa que o próprio Pedro sempre fazia. No entanto, nesse dia específico, José saiu do trabalho mais cedo para buscar o filho. Para os investigadores, essa atitude incomum reforça a hipótese de que ele poderia estar envolvido diretamente no sumiço do enteado. Até o momento, José Domingos nega as acusações e afirma ser inocente.
A Luta por Justiça
O desaparecimento de Pedro Lucas e a falta de respostas concretas têm abalado Rio Verde e gerado questionamentos sobre a atuação das autoridades no caso. Embora a investigação da Polícia Civil continue, a ausência de provas mais definitivas e de uma conclusão efetiva do caso deixa familiares, amigos e a comunidade local em angústia.
A população de Rio Verde espera que novas diligências e avanços na investigação possam finalmente trazer luz para o caso e permitir que Pedro Lucas tenha a justiça que merece.