Na última terça-feira (22), o céu do sudoeste goiano foi palco de um espetáculo raro: o cometa Tsuchinshan-Atlas, em rota de afastamento da Terra, foi registrado em uma impressionante imagem pelo físico e fotógrafo Phablo Araújo. A foto, tirada em um campo nos arredores de Jataí, capturou a majestosa cauda do cometa, visível graças às condições perfeitas de céu limpo e baixa poluição luminosa.
A cena, compartilhada por Phablo em suas redes sociais, rapidamente despertou o interesse do público e entusiastas da astronomia. Segundo o fotógrafo, o registro foi feito no anel viário da cidade, onde a iluminação urbana já não interfere tanto. “Eu me afastei um pouco de Jataí, fui para o anel viário da cidade, pois saindo do centro a iluminação já não prejudica tanto. Por isso, foi possível fazer a foto”, explicou.
O cometa, que se desloca a cerca de 5 milhões de quilômetros por dia, poderá ser observado até o fim de outubro, embora visível apenas em locais com baixa interferência de luz. Phablo contou que acompanha o fenômeno desde o início de setembro e que, ao se aproximar do Sol, o cometa exibe uma bela cauda formada por gelo e poeira ejetados. “Existem vários cometas passando o tempo todo, mas é muito raro um com matéria e gelo suficiente para criar essa cauda visível”, esclareceu o físico.
O astrônomo Ary Martins também comentou a ocorrência, ressaltando que, embora o cometa ainda seja visível, a captação de imagens nítidas depende da técnica e dos equipamentos de astrofotografia. “Muita gente acredita que o cometa é facilmente visível, mas astrofotógrafos, com técnicas e equipamentos adequados, ainda conseguirão bons registros nas próximas semanas”, comentou Martins.
Para além da beleza, o cometa Atlas também impressiona por sua história astronômica: foi visto pela última vez há 80 mil anos, numa era em que a Terra e a humanidade ainda eram bem diferentes. Hoje, a observação de sua passagem serve como um lembrete da vastidão e dos mistérios que o cosmos ainda guarda.
Moradores da região de Jataí e amantes da astronomia em Goiás têm, até o final do mês, a chance de se afastarem das luzes das cidades para observar o fenômeno.
