O Secretário de Saúde de Goiânia, Pedro Guilherme Gioia de Moraes, pediu exoneração nesta segunda-feira (16), apenas 12 dias após tomar posse. Em nota, ele justificou sua saída alegando que, diante da intervenção estadual na gestão da saúde municipal, o cargo de secretário tornou-se desnecessário.
“Diante do atual processo de intervenção, acredito que a figura do secretário se torna dispensável”, afirmou Pedro Gioia. Ele ressaltou que a Secretaria enfrenta um momento crítico e defendeu que a centralização das decisões é fundamental para a resolução ágil dos problemas.
Pedro Guilherme foi o terceiro secretário da pasta em menos de 20 dias, marcando um período conturbado para a saúde municipal. Antes dele, Wilson Pollara foi preso no dia 27 de novembro sob suspeita de irregularidades no pagamento de fornecedores. Já Cynara Mathias, que assumiu o cargo em seguida, pediu exoneração no dia 4 de dezembro, alegando motivos pessoais.
Intervenção estadual
A crise na Secretaria de Saúde levou à intervenção do governo estadual no dia 9 de dezembro, por determinação da Justiça. A medida foi solicitada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que apontou graves irregularidades na gestão da saúde da capital, incluindo o sucateamento de unidades, retenção de verbas e internações inadequadas.
O médico Márcio de Paula Leite foi nomeado como interventor pelo governador Ronaldo Caiado, com indicação do prefeito eleito Sandro Mabel. Ele assumiu a responsabilidade pela administração da saúde municipal em um cenário de caos, com problemas como filas de mais de 24 horas para atendimento hospitalar.
O Ministério Público acompanha a situação desde o início do ano e segue investigando os casos de má gestão que colocaram em colapso o atendimento de saúde em Goiânia.